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Ibovespa fecha aos 142 mil pontos pela 1a vez e bate novo recorde; dólar cai a R$ 5,41

O Ibovespa atingiu uma nova máxima histórica nesta sexta-feira (5). O principal índice da bolsa brasileira fechou em alta de 1,avezebatenovorecordedóquina 73217%, alcan?ando os 142.640 pontos — acima do recorde registrado em 29 de agosto, quando atingiu 141.422 pontos. O dólar fechou em queda de 0,63%, cotado a R$ 5,4129.

Durante a sess?o, o Ibovespa rompeu outra barreira: superou, pela primeira vez, os 143 mil pontos, alcan?ando a máxima de 143.409 pontos no dia. Depois, perdeu f?lego.

Os investidores reagiram aos dados do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, um dos principais term?metros da atividade no mercado de trabalho americano. Os números vieram abaixo das proje??es e refor?aram a expectativa de corte nos juros americanos neste mês.

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?? A taxa de desemprego nos EUA subiu para 4,3%, sinalizando uma desacelera??o no ritmo de contrata??es e aumentando as chances de que o banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), reduza os juros ainda este mês — movimento que tende a influenciar diretamente o fluxo de capitais para países emergentes, como o Brasil.

"Um relatório de empregos mais fraco do que o esperado praticamente sela um corte de 25 pontos-base na taxa de juros neste mês", disse Olu Sonola, chefe de Pesquisa Econ?mica dos EUA na Fitch Ratings. "No curto prazo, é provável que o Fed priorize a estabilidade do mercado de trabalho em detrimento de seu mandato de infla??o, mesmo com a infla??o se afastando ainda mais da meta de 2%."

A possível queda dos juros nos EUA aumenta o apetite por risco dos investidores, favorecendo a bolsa brasileira e valorizando o real frente ao dólar.

?? No Brasil, o IBGE divulgou o índice de Pre?os ao Produtor (IPP), que acompanha a varia??o dos pre?os praticados pelas indústrias na saída dos produtos. Em julho, o indicador registrou queda de 0,3%.

?? Também no contexto doméstico, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, acompanhado de diretores do BC, apresentou medidas voltadas ao fortalecimento da seguran?a do Sistema Financeiro Nacional.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

??Dólar

Acumulado da semana: -0,17%;Acumulado do mês: -0,17%; Acumulado do ano: -12,41%.

??Ibovespa

Acumulado da semana: +0,86%;Acumulado do mês: +0,86%; Acumulado do ano: +18,59%.

IPP no Brasil

Os pre?os ao produtor no Brasil recuaram 0,3% em julho sob influência do setor de alimentos, marcando a sexta taxa negativa consecutiva, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

A queda, no entanto, perdeu for?a após defla??o de 1,27% em junho, levando o índice de Pre?os ao Produtor (IPP) a acumular em 12 meses avan?o de 1,36%.

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 12 tiveram quedas de pre?os na compara??o mensal.

As maiores influências no resultado geral de julho foram exercidas por alimentos (-0,33 ponto percentual), metalurgia (-0,11 p.p.), indústrias extrativas (0,10 p.p.) e fabrica??o de máquinas e equipamentos (0,06 p.p.).

"A influência mais intensa, do setor de alimentos, foi negativa e ajuda a explicar o resultado geral da indústria. Excluindo os alimentos, as demais atividades tiveram, somadas, uma influência positiva, de 0,03 ponto, ou seja, grande parte dos motivos para o IPP permanecer no campo negativo em julho vem da queda dos alimentos”, explicou Murilo Alvim, gerente do IPP.

Em termos de varia??o, os destaques foram indústrias extrativas (+2,42%), metalurgia (-1,65%), produtos de metal (-1,54%) e perfumaria, sab?es e produtos de limpeza (+1,41%).

O setor de alimentos teve queda de 1,33%, a sexta no ano, mas também menos intensa do que a taxa de junho (-3,42%).

BC endurece medidas de seguran?a do PIX

Após ataques de "hackers" a institui??es financeiras, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira (5) medidas para refor?ar a seguran?a do sistema financeiro. Os atos foram aprovados pela diretoria da autarquia.

Em entrevista coletiva, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que os ataques foram feitos pelo crime organizado.

Para Galípolo, as chamadas fintechs e os grandes bancos – sediados na Avenida Faria Lima em S?o Paulo – também s?o vítimas de criminosos.

Entre as medidas de seguran?a para o PIX e o TED, o BC determinou um limite de R$15 mil para as opera??es feitas por meio das institui??es de pagamento n?o autorizadas pelo BC e daquelas que se conectam à Rede do Sistema Financeiro Nacional através de prestadores de servi?os.

O limite de R$15 mil busca impedir repasses vultosos em uma única transa??o, apertando o certo contra opera??es criminosas.

As medidas, conforme informado pela Reuters, buscam apertar as normas para as prestadoras de servi?os de tecnologia da informa??o (PSTIs), categoria na qual se enquadram a C&M Software e a Sinqia, companhias que foram alvo de ataques que levaram a desvios milionários de recursos neste ano.

Payroll nos EUA

O crescimento do emprego nos Estados Unidos desacelerou fortemente em agosto, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,3%, confirmando que o mercado de trabalho está perdendo for?a e refor?ando a possibilidade de um corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda este mês.

Segundo o relatório de emprego divulgado nesta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho, foram criadas apenas 22 mil vagas fora do setor agrícola em agosto, após uma revis?o para cima do número de julho, que passou para 79 mil.

Economistas consultados pela Reuters esperavam um aumento de 75 mil postos, após os 73 mil inicialmente divulgados para julho.

Historicamente, os dados preliminares de agosto costumam ser mais fracos, com revis?es posteriores mostrando melhora. As estimativas variavam entre nenhum emprego criado e até 144 mil novas vagas.

O relatório veio após dados divulgados nesta semana mostrarem que, em julho, pela primeira vez desde a pandemia de Covid-19, havia mais pessoas desempregadas do que vagas disponíveis.

O ritmo de cria??o de empregos desacelerou, e economistas atribuem isso às tarifas de importa??o impostas pelo presidente Donald Trump e à repress?o à imigra??o, que reduziu a oferta de m?o de obra. A fraqueza no mercado de trabalho está concentrada principalmente na redu??o das contrata??es.

“Estamos em um mercado de trabalho com pouca movimenta??o, com poucas contrata??es e demiss?es. Isso significa que o crescimento do emprego que vemos é principalmente impulsionado pela cria??o líquida de novas empresas”, disse Ernie Tedeschi, diretor de economia do Budget Lab da Universidade Yale.

Press?o sobre o Fed

O mercado também ficou de olho nas declara??es do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre o Fed. Em artigo publicado no Wall Street Journal, ele defendeu uma revis?o total no BC americano, incluindo o quadro de funcionários.

“Deve haver uma revis?o honesta, independente e apartidária de toda a institui??o, incluindo política monetária, regula??o, comunica??es, quadro de funcionários e pesquisa”, escreveu Bessent.

No texto, o secretário de Trump também pediu que o Fed transfira a fun??o de supervis?o bancária para outras autoridades do governo e “reduza as distor??es que provoca na economia”, inclusive por meio da compra de títulos realizada fora de momentos de crise efetiva.

Enquanto isso, a Justi?a dos EUA segue analisando a demiss?o de Lisa Cook, diretora do Fed. Depois do anúncio feito por Trump na última semana, a economista contestou a decis?o nos tribunais e solicitou permanecer no cargo até a conclus?o do processo.

O caso, inédito, é interpretado como mais um passo na escalada de Trump contra o BC dos EUA, motivado por sua insatisfa??o com o patamar da taxa básica de juros do país.

Bolsas globais

Após a divulga??o do payroll nos EUA, os principais índices de Wall Street subiram com a expectativa de cortes nos juros pelo Fed. No entanto, os temores de recess?o voltaram a pesar no fechamento.

O Dow Jones Industrial Average recuou 0,48%, aos 45.401,11 pontos. O S&P 500 caiu 0,29%, aos 6.483,16 pontos, enquanto o Nasdaq Composite fechou praticamente estável, em queda de 0,03%, a 21.700,39 pontos.

Já os mercados europeus apagaram ganhos iniciais e terminaram em baixa nesta sexta-feira, pressionados por a??es financeiras e de energia, com investidores cautelosos depois que dados de cria??o em empregos dos EUA mais brandos do que o esperado aumentaram preocupa??es sobre fraquezas na economia norte-americana.

No fechamento, os principais índices europeus recuaram: o STOXX 600 caiu 0,16%, o DAX da Alemanha perdeu 0,73%, o FTSE 100 do Reino Unido teve baixa de 0,09%, o CAC 40 da Fran?a teve baixa 0,31% e o FTSE MIB da Itália registra perda de 0,91%.

Na ásia, os mercados encerram o preg?o com ganhos. Apesar do avan?o no dia, os índices da China ainda acumulam queda na semana, refletindo o fim de uma sequência de fortes altas.

Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei de Tóquio subiu 1,03%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong avan?ou 1,43%. Em Xangai, o SSEC teve alta de 1,24% e o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, cresceu 2,18%.

Outros mercados também fecharam em alta: Seul (+0,13%), Taiwan (+1,30%), Cingapura (+0,31%) e Sydney (+0,51%).

1 de 1 Notas de dólar. — Foto: Reuters

*Com informa??es da agência de notícias Reuters