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Livros da semana: a crítica de ‘Longa vida de Marianna Ucrìa’, da italiana Dacia Maraini, e ‘Nossos índios, nossos mortos’ ganha edi??o após 50 anos

Olá leitores! A italiana Dacia Maraini foi contemporanea de Fellini,íticadeLongavidadeMariannaUcrìadaitalianaDaciaMarainieNossosíndiosnossosmortosganhaedi??oapóloteria caixa mega sena 1895 Visconti e Elsa Morante. ‘Longa vida de Marianna Ucrìa’ é um romance histórico inspirado na história real de uma antepassada da autora. A vida de uma nobre siciliana no século XVIII nos fala ainda hoje sobre a estrutura patriarcal e as maneiras de subvers?o encontradas pelas mulheres. Entre os lan?amentos, o clássico ‘Nossos índios, nossos mortos’, que denunciou a violência contra os povos indígenas e a devasta??o da Floresta Amaz?nica durante a ditadura militar, ganha nova edi??o. Na lista de mais vendidos tem para todos: Raphael Montes, Dostoiévski e Colleen Hoover. Boa leitura! CRíTICA ‘Longa vida de Marianna Ucrìa’, de Dacia Maraini | ótimo Tradu??o: Francisco Degani. Editora: Nova Alexandria. Páginas: 256. Pre?o: R$ 85. * por Patricia Peterle Recém-chegado por aqui, “A longa vida de Marianna Ucrìa” é um romance histórico de Dacia Maraini (1936), uma das grandes vozes da literatura italiana. Para além dos seus muitos romances publicados, muitos deles ambientados na Sicília, Maraini foi casada com Alberto Moravia, amiga de Pier Paolo Pasolini (a quem dedicou um livro) e frequentadora dos cafés literários nas décadas de 1950 e 1960 ao lado de Fellini, Visconti, Elsa Morante e muitas outras referências da cultura italiana (e europeia) do século XX. Publicado na Itália em 1990, o romance é inspirado na história real de uma antepassada, Marianna Alliata Valguarnera, surda-muda que é obrigada a se casar com o próprio tio no século XVIII. Maraini levou anos pesquisando para escrever as ambienta??es, os costumes, enfim, toda a atmosfera do livro, que já vendeu mais de um milh?o de cópias e está traduzido para mais de 25 idiomas. Em 1997, a obra também ganhou uma vers?o para o cinema, “Marianna Ucrìa”, com dire??o de Roberto Faenza e atores como Emmanuelle Laborit, Roberto Herlitzka e Eva Grieco. Como o próprio título já indica, o leitor acompanha a vida desta nobre siciliana, desde sua infancia. Neste percurso, tem-se um contato com o cotidiano de uma Sicília do século XVIII, com o ritmo da vida em família, com as rela??es sociais e com as tens?es políticas. Na verdade, o livro conta a história de três gera??es, a partir da protagonista Marianna, que aos 5 anos de idade deixou de falar e de ouvir. Isso significa que ela n?o nasce surda e muda, mas há algo que acontece na sua experiência de vida, ainda crian?a, que provoca uma ruptura violenta. Em algumas passagens, é possível entrever a tens?o deste corte, de algo que acontece e cujas ressonancias aparecem no corpo, ou melhor, se inscrevem no próprio corpo como marcas indeléveis: “Marianna é sacudida por um estremecimento. Alguma coisa se agita em sua memória como um peixe preso no anzol, alguma coisa que n?o quer vir à tona e puxa sacudindo as águas quietas da sua consciência.” ‘Pena insustentável’ Marianna é, ent?o, num primeiro momento uma personagem fragilizada pela surdez e mudez, inclusive diante da própria m?e, que ri para ela afetuosamente, mas com um “sentimento de pena insustentável, um embara?o que a gela”. Contudo, ela possui uma grande for?a interior que desafia os costumes da época. Num momento em que às mulheres n?o era oferecida a via da leitura e da escrita, ela tem acesso ao espa?o da biblioteca paterna, aprende a ler e a escrever. As palavras v?o construindo um mundo interior, e é por meio dos inúmeros bilhetes escritos — sua voz — que constrói la?os com o mundo exterior. A Sicília em que vive Marianna possui “regras imutáveis e eternas, às quais toda pessoa de bom senso n?o pode deixar de se adequar”, e é, justamente, ela quem vai desafiar, a partir de pequenas situa??es, essas mesmas regras: a rela??o com o marido, que na verdade era seu tio; a rela??o que vai estabelecendo e também se modifica com os cinco filhos, com os empregados da família; certa liberdade, inclusive sexual, que ela vai se permitindo depois da morte do senhor marido e tio. Como em outros livros, Maraini mostra neste livro uma aten??o especial para o detalhe, elemento forte de sua escrita, ao lado da ironia e de certo desencanto. S?o as várias facetas da vida cotidiana e doméstica entre duas casas, e s?o as mulheres os grandes personagens que exp?em e denunciam: “Aqui reina a mais sensata injusti?a.” é mais para o final que o leitor descobre o trauma de Marianna, aquele que tinha suspendido a sua capacidade de ouvir e de falar: ela foi violentada aos 5 anos pelo mesmo homem com quem será obrigada a se casar. O mesmo homem que a defenderá depois em algumas situa??es. O mesmo homem que, depois de casada, mas sem ainda se lembrar do acontecido, ela recusa. Como se lê nessas páginas, “toda vida é um microcosmo”, e com Marianna temos um universo. Daraini, com seu olhar atento e paciente, reconstrói de dentro toda a estrutura patriarcal (denunciando-a) e aponta para modos de subvers?o, fazendo com que este romance carregado de História continue a nos falar em nossa contemporaneidade. Patricia Peterle é poeta, tradutora e professora LAN?AMENTOS ‘Nossos índios, nossos mortos’ Autor: Edilson Martins. Editora: Letra Capital. Páginas: 288. Pre?o: R$ 44. Fora de catálogo há 50 anos, ganha nova edi??o a clássica obra do documentarista, reunindo reportagens e entrevistas que, em plena ditadura, denunciaram a violência contra os povos indígenas e a devasta??o da Amaz?nia. O lan?amento será dia 17, 18h, na Travessa de Botafogo (R. Voluntários da Pátria 97), com bate-papo de Martins com o jornalista Ricardo Lessa (do Valor), e exibi??o de vídeos produzidos pelo autor. ‘A culpa deve ser do sol’ Autor: Gustavo Alkmim. Editora: 7Letras. Páginas: 240. Pre?o: R$ 69. Em seu segundo livro de contos, Gustavo Alkmim come?a pisando nos calos dos leitores ao mostrar situa??es de um cotidiano em que o preconceito e a violência foram normatizados. Mas se a pisada dói, ela é amenizada pela excelência do autor ao narrar histórias mais que envolventes: ora com a voz sólida de um narrador onisciente, com ecos do sempre contemporaneo Machado, ora em primeira pessoa fidedigna. ‘Odisseu: o herói humano da Odisseia’ Autor: Gilberto Schwartsmann. Editora: Sulina. Páginas: 152. Pre?o: R$ 80. Médico oncologista, professor emérito, dramaturgo e ensaísta, o autor recria o épico de Homero em um tributo à tradi??o e à poesia clássica. Assim como no original, o livro é escrito em versos dactílicos, ou seja, linhas com um padr?o rítmico de uma sílaba forte seguida de duas sílabas fracas, criando uma cadência semelhante a um canto. A obra chega ao público com ilustra??es da consagrada artista Zoravia Bettiol. ‘Os estrategistas’ Autor: Phillips O’Brien. Tradu??o: Dpto Editorial da Editora Manole. Editora: Amarilys. Páginas: 580. Pre?o: R$ 139. O autor revela como as vis?es que cinco grandes líderes políticos moldaram durante a Primeira Guerra Mundial foram fundamentais para a maneira como conduziram a Segunda Guerra Mundial e, por extens?o, ressoam até os dias de hoje. Para compreendermos o que está ocorrendo na Ucrania, por exemplo, é essencial entender uma história em que os líderes — e suas escolhas — importam. Para o bem ou para o mal. ‘Ney Matogrosso: O bicho do mato’ Autores: Chris Fuscaldo e Camilo Solano. Ilustra??es: Isabela Sultani. Editora: Garota FM Books. Páginas: 24. Pre?o: R$ 60. Ney Matogrosso é bicho do mato desde pequenininho. Criado entre árvores, frutas e animais, o garoto cresceu e descobriu o poder de sua voz. Seu jeito estranho foi o que o tornou um dos maiores artistas da música brasileira. O livro é uma biografia para as crian?as conhecerem esse grande artista. O lan?amento será no domingo (7), às 18h30, na Travessa do Shopping Leblon (Av. Afranio de Melo Franco 290). MAIS VENDIDOS Fic??o 1. ‘Blue lock vol. 1’, Muneyuki Kaneshiro (Panini)2. ‘Jantar secreto’, Raphael Montes (Companhia das Letras)3. ‘O cara que estou a fim n?o é um cara?! - Volume 1’, Sumiko Arai (New Pop)4. ‘A hipótese do amor’, Ali Hazelwood (Arqueiro)5. ‘Verity’, Colleen Hoover (Galera)6. ‘Melhor que nos filmes’, Lynn Painter (Intrínseca)7. ‘O cara que estou a fim n?o é um cara?! - Volume 2’, Sumiko Arai (New Pop)8. ‘Blue lock vol. 2’, Muneyuki Kaneshiro (Panini)9. ‘Noites brancas’, Fiódor Dostoiévski (Editora 34)10. ‘A empregada’, Freida McFadden (Arqueiro) N?o Fic??o 1. ‘Princípios milenares’, Tiago Brunet (Academia)2. ‘Café com Deus Pai 2025’, Júnior Rostirola (Editora Vélos)3. ‘Coisa de rico’, Michel Alcoforado (Todavia)4. ‘Nexus’, Yuval Noah (Companhia das Letras)5. ‘Análise’, Vera Iaconelli (Zahar)6. ‘Mulheres que correm com os lobos’, Clarissa Pinkola Estés (Rocco)7. ‘O Deus que destrói sonhos’, Rodrigo Bibo (Thomas Nelson Brasil)8. ‘Poder e manipula??o’, Jacob Petry (Faro Editorial)9. ‘Na??o dopamina’, Anna Lembke (Paidós)10. ‘A gente mira no amor e acerta na solid?o’, Ana Suy (Harper Collins) Infantojuvenil 1. ‘Elo Monsters Books’, Enaldinho (Pixel)2. ‘O caderno de maldades do Scorpio 2 - O segredo do Floreante’, Maidy Lacerda (Outro Planeta)3. ‘Aliada do Vil?o’, Hannah Nicole Maehrer (Alt)4. ‘O diário de uma princesa desastrada’, Maidy Lacerda (Outro Planeta)5. ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal - Edi??o Comemorativa de 25 Anos’, J.K.Howling (Rocco)6. ‘O ver?o que mudou minha vida’, Jenny Há (Intrínseca)7. ‘Assistente do vil?o’, Hannah Nicole Maehrer (Alt)8. ‘As aventuras de priminha irritante no reino dos unicór- nios’, Manu Digilio (Outro Planeta)9. ‘O pequeno príncipe’, Antoine de Saint-Exupéry ( Várias Editoras)10. ‘O caderno de maldades do Scorpio’, Maidy Lacerda (Outro Planeta) Autoajuda 1. ‘O que realmente importa?’, Cavalcante (Buzz Editora)2. ‘Especialista em pessoas’, Tiago Brunet (Academia)3. ‘Minutos de sabedoria’, C. Torres Pastorino (Vozes)4. ‘A morte é um dia que vale a pena viver’, Ana Claudia Quintana Arantes (Sextante)5. ‘Mais esperto que o diabo’, Napoleon Hill (Citadel Editora)6. ‘Como fazer amigos e influenciar pessoas’, Dale Carnegie (Sextante)7. ‘O poder do subconsciente’, Joseph Joseph Murphy (Bestseller)8. ‘A coragem de n?o agradar’, Fumitake Ichiro; Koga Kishimi (Sextante)9. ‘coisas que você só vê quando desacelera’, H. Sunim (Sextante)10. ‘Quebrando o hábito de ser você mesmo’, Joe Dispenza (Citadel) Mais recente Próxima The Town: Artistas que s?o a mais completa tradu??o de SP ganham espa?o no festival paulistano Inscreva-se na Newsletter: Seriais Inscrever :root { --news-contextualizada-font: OGloboTitleFontBold,OGloboTitleFontFallback; --news-contextualizada-primary-color: #1e4c9a; } Mais do Globo .post-notifier-pushstream{ display:none}.bstn-fd .bastian-card-mobile,.bstn-item-shape,.tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub--visivel .tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub{ background-color:#fff;contain:layout paint style;margin:16px 0 0;overflow:hidden}.feed-media-wrapper{ margin:24px -24px 0}.bstn-fd-item-cover{ background-color:#ccc;background-position:50%;background-size:cover;height:0;overflow:hidden;padding-top:56.25%;position:relative;width:100%}.bstn-fd-cover-picture{ position:absolute;top:0;left:0;height:100%;width:100%}.bstn-fd-picture-image{ 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