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No Recife, trabalhar com copos e canudos de papel já é uma realidade para os comerciantes

1 de 3 Edite é uma das comerciantes que recebe o material do áéresultado da quina n 4188Praia Limpa para oferecer aos clientes — Foto: Victor Jucá/Divulga??o Praia Limpa

Uma simples ida à praia para curtir com a família e os amigos pode resultar na produ??o de muito resíduo usado apenas uma vez. Aquele copinho de plástico com canudo que você recebe do vendedor é pequeno e leve, mas causa muito impacto na natureza e demora centenas de anos para se decompor.

Pensando em alternativas ecológicas, tem praia do Brasil aderindo às embalagens de uso único feitas de papel. No Recife, quem trabalha nas barracas nas praias de Boa Viagem, Pina e Brasília Teimosa, conta com a doa??o de 40 mil canudos e 160 mil copos de papel produzidos pela Klabin, para serem ofertados aos clientes pelo projeto Praia Limpa.

Presidente da Associa??o dos Barraqueiros da Orla de Boa Viagem, Severino da Silva, conhecido como Biu do Gelo, comenta que os clientes têm gostado bastante da ideia, que é benéfica para o meio ambiente e traz uma nova alternativa de material para os comerciantes.

Além dos copos e canudos, as equipes do Praia Limpa fornecem também, aos domingos, sacolas de papel para a separa??o do lixo reciclável e organico. Ao sair da praia, cada morador ou turista pode deixar o resíduo em lixeiras de papel?o identificadas como reciclável e n?o reciclável, completando assim seu papel de manter as areias limpas.

2 de 3 Lixeiras do Praia Limpa est?o pelos 8 km de praia da Zona Sul da cidade — Foto: Victor Jucá/Divulga??o Praia Limpa

Perto de uma das quadras de tênis da orla da Zona Sul fica a Barraca da Edite, comandada por Espedita Crispin dos Santos, 70 anos. é ela que, há 33 anos, recebe os clientes com um carisma que impressiona, assim como a sua energia de ficar para cima e para baixo na areia garantindo um ótimo atendimento a quem está curtindo o dia de praia.

Neste ver?o, junto com a lixeira disponibilizada para cada guarda-sol, Espedita – que é mais conhecida como Edite – entrega também sacolas de papel do Praia Limpa. Com pavor de ver canudo na areia, ela os recolhe um a um e incentiva os funcionários a fazerem o mesmo.

“Saio juntando o meu lixo. Podia ter uma lei para que os barraqueiros fossem obrigados a deixar sua área limpa”, defende.

Campe?s de reciclagem no Brasil, as latinhas também est?o na mira da comerciante, que junta todas da sua barraca para reverter em feira básica para quem precisa mais do que ela. Só em novembro do ano passado, a coleta chegou a 70 kg, o que resultou na convers?o para cerca de R$ 400 gra?as à venda do material.

Apoiadora das iniciativas que refor?am a importancia de manter a praia linda e limpa, Edite diz que compraria copos e canudos feitos de papel, porque s?o descartáveis como os de plástico e podem ser destinados à reciclagem. A op??o de papel é ainda biodegradável, ou seja, se decomp?e sob determinadas condi??es de luminosidade, temperatura e umidade.

Cliente da Edite, a diretora de cinema, Anna Andrade, 39 anos, aprovou o copo de papel do Praia Limpa. Ela, que aproveitou um domingo de sol com a produtora de cinema, Thayse Limeira, 33 anos, cuida sempre para destinar corretamente o lixo e, como boa recifense criada na praia, recolhe os copos que vê pela areia.

“Acho que qualquer iniciativa que dê conta da polui??o, de diminuir a quantidade de plástico e de incentivar as pessoas a terem educa??o ambiental e a preservarem o meio ambiente é positiva e muito válida”, avalia Anna.

3 de 3 Thayse e Anna s?o clientes da Barraca da Edite e aprovam o uso de copos de papel. — Foto: Victor Jucá/Divulga??o Praia Limpa

Realizado pela Globo em parceria com a Prefeitura do Recife e apoio da Klabin, o Praia Limpa come?ou em novembro de 2022 e vai até abril de 2023. Há mais de 20 anos, o projeto conscientiza a popula??o sobre o descarte de resíduos presentes na orla e distribui sacolas para o lixo, copos e canudos biodegradáveis, além de pulseiras de identifica??o para as crian?as.