BBCcom_Content_Index_for_July_12_2023.txt
Turismo visa proteger a Mata Atlantica Florestas Valor Econ?mico.txt
Mais de 650 empreendedores,anticaFlorestasValorEcon?filmes cult bingo representantes de organiza??es ambientais e prefeitos de 60 cidades do país querem transformar a maior área contínua e preservada de Mata Atlantica num destino turístico t?o ic?nico quanto a Amaz?nia ou Machu Pichu, no Peru. Para isso, assumiram compromissos pela sustentabilidade e resolveram passar a promover uma única marca: a Grande Reserva Mata Atlantica. A Grande Reserva é uma área de 2,7 milh?es de hectares - o equivalente a Alagoas - que se espalha por três Estados: S?o Paulo, Paraná e Santa Catarina. Dois ter?os desse território s?o protegidos por suas características ambientais, históricas ou culturais. Ficam, por exemplo, em Itanhaém (SP), segunda cidade mais antiga do país, fundada em 1532; na ilha do Mel, um dos pontos turísticos mais famosos do Paraná; e no Parque Estadual do Acaraí, em S?o Francisco do Sul (SC). Todos esses destinos, historicamente, buscam atrair turistas de forma independente. A ideia da Grande Reserva é uni-los, refor?ando os pontos em comum de cada local e transformando o conjunto deles num dos maiores pontos de ecoturismo do mundo, conectado a uma rede de negócios sustentáveis e socialmente responsáveis. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Dos 60 municípios que comp?em a regi?o, 31 já aderiram oficialmente à proposta. “A área original da Mata Atlantica engloba 15% do território nacional, mas hoje só 7% disso está bem preservado. A Grande Reserva concentra boa parte dessa área. Isso n?o pode ser uma barreira ao desenvolvimento, mas sim um fator para ele”, afirma o engenheiro florestal Ricardo Borges, coordenador de projetos da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educa??o Ambiental (SVPS). Ele gerencia as equipes de comunica??o e articula??o da Grande Reserva. Leia mais: Remanescente florestal é alvo de conflito no PiauíMunicípios da Caatinga sofrem com desertifica??oEmpresas inovam para reduzir custos e recuperar áreasFinanciamento ainda é insuficiente Agroflorestas se espalham, mas faltam recursosFazenda vira reserva e muda vida de morador Borges trabalha pela Grande Reserva desde sua estrutura??o, em 2018. Antes disso, conheceu um projeto para desenvolvimento de negócios sustentáveis ligados a Esteros Del Iberá, na província de Corrientes, na Argentina. Passou a defender a replica??o dessa experiência por aqui. Esteros Del Iberá foi considerado por décadas um “po?o sem fundo” de investimentos, segundo Borges. Pantanoso e habitat de inúmeras espécies silvestres em risco de extin??o, como pumas e veados, o território era praticamente área proibida para negócios tradicionais. Isso desagradava sua popula??o, que se via sem perspectiva. A área foi ambientalmente restaurada com ajuda de doa??es de um casal americano bilionário: Douglas Tompkins, fundador da marca de artigos esportivos North Face, e Kristine McDivitt Tompkins, ex-presidente da marca Patagonia. Esteros virou um ponto turístico, e a província de Corrientes passou a divulgá-lo. A restaura??o criou uma nova voca??o para a regi?o. “A ideia é que isso também ocorra com a Grande Reserva”, almeja Borges. “Queremos conectar a comunidade com o projeto e transformar a natureza num ativo econ?mico.” Na Grande Reserva, já existem mais de 110 áreas de conserva??o públicas e privadas. O projeto pretende aumentar a sinergia entre elas e a conex?o da popula??o com essas regi?es, possibilitando oportunidades econ?micas que elas podem gerar. A Grande Reserva acabou dividida em áreas menores, nomeadas com base em seus atrativos. O projeto prevê instala??o de portais nas vias de acesso dessas regi?es, a exemplo do que já aconteceu em Corrientes. Assim, o turista que transitar saberá mais facilmente onde está passando e, mais do que isso, saberá que está viajando num peda?o da Grande Reserva Mata Atlantica. Garuva (SC), por exemplo, faz parte do portal Babitonga, que também engloba Itapoá, Joinville e outras cidades catarinenses. Christine Zwettler Teixeira, chefe da Turismo Garuva, explica que 60% do território do município é composto por áreas de preserva??o. A ades?o da cidade ao projeto vem da esperan?a de que isso passe a ser valorizado por turistas de outras regi?es e do mundo. Joel Henrique Machado, 52, turismólogo e piloto de bal?es da Travelum, agência de turismo receptivo de S?o Bento do Sul (SC), na regi?o do portal Quiriri, diz que a preserva??o é fundamental ao seu negócio. “O turista paga por um passeio de bal?o justamente para contemplar a natureza”, diz. No Estado de S?o Paulo, Tharsis Moraes Duarte, 37, sócio da agência Viva o Vale, sediada em Jacupiranga, e Gabriel Tilkian, 39, idealizador do Acampamento Tekomboe, em Juquitiba, também veem a Grande Reserva como algo a potencializar seus negócios. A Viva o Vale participou de um processo de acelera??o promovido pela Funda??o Boticário e pelo Sebrae para empresas do projeto. Já o Tekomboe encontrou um fornecedor de alimentos organicos para seus hóspedes em reuni?es da iniciativa. O secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Itanhaém, César Augusto de Souza Ferreira, almeja que esse tipo de parceria também seja fechada entre órg?os públicos. A cidade litoranea, a maior em extens?o da baixada santista, tem 80% de seu território coberto de Mata Atlantica. Faz divisa com a capital e sofre com constru??es irregulares. “Todo dia a gente tem que demolir um imóvel irregular”, conta. “Esperamos ajuda para esse tipo de a??o e também investimento para, de certa forma, compensar pelo servi?o ambiental que prestamos”, diz o secretário.