The_fortified_cities_on_the_fringes_of_the_Sahara.txt

Estou madura s\u00f3 por fora, por dentro tenho 17 anos', diz Ad\u00e9lia Prado, com quase 90

[RESUMO] Um dos grandes nomes da poesia brasileira,últimos jogos do senegal a mineira Adélia Prado tem neste 2025 um ano de festas marcado pelo número nove. Lan?a agora seu nono livro de poesia e completa 90 anos em dezembro. Ano passado venceu o Prêmio Cam?es, o mais importante da língua portuguesa. No entanto, em plena maturidade, Adélia recusa o pedestal e segue atormentada pelas mesmas inquieta??es do tempo de garota, como conta na entrevista a seguir em que repassa sua trajetória artística, pessoal e religiosa. Adélia Prado está de volta. Em ritmo de nove, novena, noventa. A festa dos seus 90 anos, em dezembro, come?a agora com o lan?amento do nono livro de poesia: "O Jardim das Oliveiras". O conjunto de 105 poemas é marcado pela intensa mescla de estilos.Esta entrevista revela diferentes facetas da escritora que, mesmo em plena maturidade, se mostra atravessada por inquieta??es e aprendizados. Demonstrando abertura às novas formas da vida cultural contemporanea, o seu desejo de dialogar fica estampado na disposi??o para ler poemas no Instagram, assistir a filmes e séries nas plataformas de streaming e experimentar outros territórios artísticos.

Pintura feita pela poeta Adélia Prado - Acervo pessoal A plenitude da poeta encontra correspondência na resposta dos leitores. "Poesia Reunida" (2015), volum?o de 544 páginas, está a caminho da 11a edi??o. Praticamente uma reimpress?o por ano. Isso sem contabilizar os exemplares vendidos da primeira reuni?o feita pela Siciliano em 1991. E sem falar de livros como "Bagagem" (1976), o primeiro de Adélia, com mais de 70 mil exemplares vendidos e 48 reimpress?es sob o selo da Record, desde 2003. O novena de Adélia Leia poemas de novo livro da escritora A universalidade alcan?ada por sua obra poética pode ser medida pelo número de tradu??es. Atualmente, antologias e livros inteiros foram vertidos para o inglês, italiano, espanhol (Argentina, Col?mbia, México). Em breve, também será lida em hebraico, polonês e russo, cuja coletanea será batizada "Descobri que Sou Russa", título pin?ado de "A Convertida": "A liturgia/ o ícone/ o monacato. / Descobri que sou russa". E já está a caminho a primeira tradu??o para o francês. Em 1993, o poeta e crítico Lloyd Schwartz, convidado pela renomada livraria Grolier Poetry Bookshop, em Cambridge, para elencar os dez melhores livros de poesia do século 20, incluiu "The Alphabet in the Park" (antologia de "Bagagem", "O Cora??o Disparado" e "Terra de Santa Cruz", em tradu??o de Ellen Doré Watson publicada em 1990), colocando Adélia ao lado de autores como Seamus Heaney, Elizabeth Bishop, William Carlos Williams, Robert Lowell e Sylvia Plath.Coroando essa fase de reconhecimento, Adélia recebeu ano passado o prêmio Cam?es, o mais importante reconhecimento da literatura em língua portuguesa.é preciso destacar ainda o quanto outros artistas navegaram nas águas de Adélia, dando origem a pe?as como "Dona Doida" (1987), com Fernanda Montenegro; espetáculos como "Soprador de Vidro" (1998), do Ballet do Teatro Castro Alves, em Salvador; livros de fotografia como "Chorinho Doce" (1995), de Maureen Bisilliat.A entrevista a seguir foi realizada no apartamento da filha ca?ula, Ana Beatriz Prado, e seu marido, Jorge Emil, em S?o Paulo. Ana atuou em várias pe?as, entre elas, "A Obscena Senhora D", da obra de Hilda Hilst, "Eternamente até Breve" (1994), de Botho Strauss, e dirigiu "Duas Horas da Tarde no Brasil" (1996), adapta??o da obra da m?e. Jorge Emil, além de ator, é bom poeta, quatro livros publicados, o último deles "O Grito Controlado" (2024). Ambos contribuíram e participaram da conversa que procurou tra?ar um perfil amplo e integrativo das rela??es e irradia??es provocadas por sua poética.